sábado, 12 de setembro de 2009

UMA CENA DO PASSADO

Como todos os “estancieiros”Major Ângelo possuía uma boa casa no “povo”(que era como se chamava a sede do município). E foi nessa casa que Dona Serafina faleceu.
Após o enterro no cemitério municipal , a família enlutada voltou ao campo.
A cena que se via nesse retorno à estância , ainda hoje permanece viva na memória de uma menina:
Pela estrada empoeirada, numa marcha sinistra,encordoavam-se as “carruagens”, tipos de carros chamados aranhas ou charretes ,todos fechados com negras cortinas e carregando em seu interior os doze filhos da falecida , completamente enlutados .
O viúvo ,abatido,chefiava esse lúgubre cortejo , que se aproximava lentamente da moradia rural.
Essa cena insólita estava sendo fotografada na retina da menininha de quatro anos que espiava numa janela da casa .

E ainda hoje uma mulher de oitenta anos narra os acontecimentos como uma viva lembrança.E conclui contando que as duas órfãs menores (crianças),ao chegarem famintas, pediram para comer ovos fritos , o que lhes foi servido pelas irmãs mais velhas , a quem caberia suprir o vazio deixado pela defunta.

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